Imigração nas Colônias - Distrito de Nova Polônia

André Sikora e Helena Nabozny. As suas cunhadas. Colônia Dom Pedro II.

André Sikora e Helena Nabozny, 1957. Filhos e noras. Colônia Dom Pedro II.

Igreja N.S. Anunciação- 1980. Paróquia desde 1975 - Colônia Dom Pedro II.

André Sikora e Helena Nabozny. As suas cunhadas. Colônia Dom Pedro II.
Culturartepolonesa
Culturartepolonesa
Imigração na Colônia Dom Pedro II -
A Colônia Dom Pedro II, atual Município de Campo Largo, foi fundada em 1876 e teve sua emancipação em 10 de novembro de 1878, contendo 226 ha e 28 lotes, que serviram para abrigar emigrantes europeus de várias nacionalidades, como, franceses, suíços e poloneses. Os poloneses em sua maioria eram provenientes das regiões da Galícia, província da Silésia, Polônia, então sob a ocupação e domínio Austro-húngaro (WACHOWICZ, 1976).
Encontraram a Colônia sem infraestrutura, ainda em demarcação de terras. Não havia casas, nem Capela, nem Escola. Contrário as promessas do Gov. sobre as políticas da imigração. Nisso os imigrantes aguardavam por três meses em alojamentos no Barigui.
Após os imigrantes se acomodaram em lotes de terreno tamanho de 4ha, recebidos do governo, por contrato, para serem pagos em até 06 anos. Sua divisão geopolítica era diferente, abrangia parte de Curitiba.
A Colônia pertencia ao Distrito de Nova Polônia, como as demais colonias da Região. Mais tarde mudou para Dom Pedro II, uma homenagem ao Imperador do Brasil pela sua passagem aos Campos Gerais (BILINOSKI; SIKORA, 1997). Os lotes eram diversificados, nem todos possuíam casas, porém o Governo designava recursos para construção de uma pequena moradia e para manutenção da família. Assim, em mutirão, os colonos procediam a construção das habitações (casas de troncos e outras) com a matéria-prima de pinheiros araucária encontrada na Colônia, seguiam os padrões das regiões da Polônia (BILINOSKI; SIKORA, 1997) Construíram também a Escola em 1908 e a Capela junto à Escola, uma sala anexa, em 1933, como Capela Nossa Senhora da Anunciação.
A Colônia começou se estruturar com os imigrantes, que construíram suas casas de troncos e de madeira. Em 1908 a comunidade se uniu e com um abaixo assinado, reivindicou Irmãs Religiosas da Polônia. Para isso construíram a 1ª Escola Étnica da Colonia. Anos mais tarde fizeram mais uma sala anexa à essa escola, como a 1ª Capela, inaugurada em 25 de março de 1933, como Capela Nossa Senhora da Anunciação na localidade de Dom Pedro de Baixo. Em 1950 os colonos se uniram e construíram nova Capela de alvenaria no lugar atual. Em 1975 foi instituída Paróquia Nossa Senhora da Anunciação, desmembrada da Paróquia da Colonia Orleans. A atual Igreja da Colônia Dom Pedro II, em formato de navio em homenagem aos imigrantes, começou a ser construída em 1980 e foi inaugurada em 1983 pelo Dom Ladislau Biernaski.
Até as primeiras décadas do século XX, a infraestrutura viária era constituída por trilhas, picadas, caminhos carroçáveis e depois fizeram as estradas, sendo construídas por imigrantes que além do seu trabalho agrícola, faziam o trabalho de abertura de estradas para o governo. Seu objetivo era ligar a localidade com estradas que ligavam à estrada de Mato Grosso ao Centro da capital da Província do Paraná e às demais colônias da região (BILINOSKI; SIKORA, 1997).
A família se caracterizava como patriarcal, tradicional, tendo em média de 6 a 10 filhos. A organização social e a socialização se constituía pela cultura, tradições, pela religião católica e a escola (BILINOSKI, 1997).
Trabalho na Colônia
Trabalho Agrícola - Colônia Dom Pedro II
A Colonia Dom Pedro II foi a última a ser colonizada na região, no ano de 1876.
O governo não oferecia subsídios para o seu desenvolvimento. Os colonos imigrantes a maioria agricultores, trabalhavam unidos e foram estruturando a Colônia. Havia o trabalho em mutirão, tanto para a extração das matas, lavramento das terras, talhamento ou serragem das madeiras, construção das habitações e abertura de estradas.
Havia também outras profissões como, ferreiros, carpinteiros, moinheiros de grãos, costureiras, cozinheira e floristas.
Segundo Mafalda Ales Sikora (2014), das regiões da Polônia, trouxeram a cultura e as técnicas do trabalho agrícola de seus antepassados e foi repassada por gerações. O trabalho se realizava por força animal, cavalo e força humana, braçal. Desenvolviam uma agricultura de subsistência, com várias cultivares, como centeio, trigo, sarraceno, batata, batata doce, leguminosas, extração da erva mate entre outros. Usavam a carroça polonesa, como meio de transporte. Revendiam o excedente de seus produtos e derivados de leite, ovos e lenha no comércio nas regiões de Curitiba.
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Referencia
SIKORA, Mafalda Ales. As políticas de imigração no Brasil nos séculos XIX e XX e o desenvolvimento de territórios: Estudo de Caso da Colônia Dom Pedro II - (Campo Largo – Paraná) 2014. 210 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia) – Programa de Pós-Graduação em Tecnologia, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, 2014.
: Link - CT_PPGTE_M_Sikora, Mafalda Ales_2014.pdf
![]() Foto:Culturartepolonesa.Ferramentas e trabalho agrícola, desde a imigração 1876, na Colônia Dom Pedro II/Campo Largo,PR. | ![]() Foto:Culturartepolonesa.Carroça polonesa. De Carlito e Isabel Santana. Colônia Dom Pedro II |
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![]() Foto:Culturartepolonesa.Paiol. Família de Inácio Rugiski e Verônica Biernaski e filhos. Para guardar ferramentas e produção agrícola. Colônia Rodrigues. | ![]() Foto:Culturartepolonesa.Ferramentas agrícolas. Museu: Centro Histórico e Cultural Polska - Colônia Dom Pedro II/Campo Largo,PR |